Com maior preço do século, gás de cozinha já afeta 9,4% do salário mínimo

O brasileiro já vem sentindo e agora tem a confirmação: o preço do gás de cozinha neste mês de abril já é o maior do século. Descontando a inflação, o valor atingiu a maior média mensal real desde 2001, ano em que iniciou a série histórica do levantamento de preços da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Segundo a ANP, a média de preço do botijão de 13kg do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) no Brasil é R$113,48. Valor que representa 9,4% do salário minínio, patamar mais elevado desde 2007, ano em que o gás R$33,06 e o salário minímo era R$350.

As informações são de um levantamento do Observatório Social da Petrobras (OSP), organização ligada à Federação Nacional dos Petroleiros (FNP). O estudo leva em consideração o preço médio mensal do GLP e a média de valores semanais de revenda no mês de abril, divulgados pela ANP.

Segundo o levantamento, em março deste ano, o gás de cozinha já tinha batido o maior preço médio real da série histórica, quando chegou a custar R$ 109,31. Antes disso, o recorde tinha sido registrado em novembro de 2021, com o preço médio de R$ 106,50.

De acordo com o economista Eric Gil Dantas, do OSP e do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps), o gás de cozinha voltou a comprometer o salário mínimo na mesma proporção de 2007. “Nesses 15 anos, com a manutenção do preço do gás de cozinha e a valorização do salário mínimo, essa proporção foi caindo, mas houve uma inversão em 2017 com a alta dos valores do GLP e o aumento real do salário mínimo”, ressalta.

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